Simão Indica – Dom Casmurro

Dom Casmurro é a obra de Machado de Assis.

Produzida no fim do século XIX (1899), Dim Casmurro integra a trilogia das grandes obras machadianas: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e Quincas Borba (1891).

Não foi publicado, como as demais, em jornais ou revistas fatiada em capítulos semanais. Nasce já como livro.

É a história de Bentinho, um homem já envelhecido, que pretende unir as duas pontas da vida e “restaurar na velhice a adolescência”.

Dom Casmurro (Bentinho) narra sua paixão avassaladora por Capitu, uma mulher cheia de sensualidade e que, na visão do narrador, tinha “olhos de cigana, oblíqua e dissimulada” e uma amizade profunda por Escobar, seu colega de seminário. Um rapaz de “olhos claros, um pouco fugitivos”. É desse triângulo de personagens que surge a tensão narrativa.

O amor de Bentinho por Capitu recheado de sensualidade e a amizade fraterna (frater, em latim, irmão) com Escobar dos o tom do enredo que desaguam em tragédia: a dúvida que corrói o narrador sobre eventual traição de sua esposa e seu amigo.

Machado de Assis, ironicamente, diz ao leitor que a vida é uma ópera: Deus fez a letra, mas Satanás a melodia. Teria Capitu traído Bentinho? O filho do casal (Ezequiel) seria na realidade filho de Escobar?

À semelhança de Otelo de Shakespeare (ver capítulo LXII), Bentinho sofre por uma ponta de Iago (que envenena Otelo com falsas acusações e provas de adultério) e faz com que a relação acabe em tragédia, com a morte de Desdêmona.

Fica a eterna pergunta? Teria Capitu efetivamente cometido o adultério ou Bentinho, narrando a obra em primeira pessoa, simplesmente falseia a realidade?

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